A partir de agora, todos os documentos e depoimentos relacionados à CEI que investiga a aplicação de verbas no enfrentamento à pandemia, em Jaú, passam a ser totalmente sigilosos. A decisão foi tomada pelo presidente da Comissão Especial de Inquérito, Maurílio Moretti, e vai na contramão do que é feito em outros locais que mantêm trabalhos semelhantes.
A falta de transparência na condução da Comissão, portanto, agora se torna institucionalizada por meio de um decreto que determina sigilo absoluto. “Chegaram até mim relatos de que pessoas que integram a lista de testemunhas a serem ouvidas pela CEI estariam sendo procuradas por terceiros, por pessoas que não integram a Comissão, então, pra evitar qualquer tipo de prejuízo ao trabalho sério que nós estamos desenvolvendo, optei por decretar o sigilo”, explica o parlamentar.
Na semana passada, o vereador foi criticado em veículos de imprensa locais e regionais, justamente pela falta de transparência na condução da apuração. As duas primeiras testemunhas ouvidas pelos integrantes da CEI, por exemplo, já não foram divulgadas previamente. As oitivas também não foram transmitidas pela TV Câmara. Com a atual determinação de Maurílio Moretti, os dados não serão tornados públicos até que o relatório final seja concluído.
A CEI é composta pelos vereadores Moretti (presidente), Mateus Turini (relator), Chico Quevedo (secretário), Fábio Souza e Leandro Passos. A investigação teve início em 10 de março, com prazo previsto de 180 dias para ser concluída. A discussão sobre incluir na Comissão elementos também referentes ao atual governo municipal, como inconsistências na lista de vacinados, teria causado divergências entre alguns dos integrantes.