A reconstituição do latrocínio que terminou com a morte do professor universitário Ricardo Nicola trouxe novos esclarecimentos sobre o que aconteceu na noite do crime. O assassino confesso finalmente negou a existência de outros envolvidos e a Polícia Civil confirmou o resultado dos exames realizados pelo IML: a vítima sofreu cerca de 25 facadas.
V.G.S.C., conhecido como Pinguim, é morador do bairro João Ballan e não tinha antecedentes criminais – era apenas investigado em alguns furtos. O professor já o conhecia há meses e pouco antes do latrocínio – roubo seguido de morte – os dois saíram para comprar lanche.
Na sequência, voltaram para a casa da vítima e acabaram discutindo (por motivo não divulgado). Com os ânimos exaltados, o assassino partiu para a agressão e começou a esfaquear a vítima – com uma faca que encontrou na cozinha. O esfaqueamento teve início num dos quartos e cessou na sala da casa, onde a vítima foi encontrada já sem vida.
“Ele ressalta que não tinha a intenção de matar a vítima para ficar com seus pertences, especialmente o carro. Tendo utilizado o automóvel apenas para ir para São Paulo em razão de seu desespero”, explica o delegado responsável pelo caso Marcelo Tomaz Goes.
As roupas que Pinguim usava quando foi preso em São Paulo, poucas horas após o crime, em 17 de março, foram reconhecidas pela família de Ricardo Nicola como sendo do professor. O comparsa, D.R.S.J., que foi detido ao lado do acusado, segue preso para investigação. Nesta terça-feira (06/04), outras diligências serão realizadas em São Paulo, no sentido de saber se a dupla chegou a oferecer o veículo da vítima para a venda em um desmanche. Caso negativo, D.R.S.J. terá revogada sua prisão preventiva.
O delegado já sabe que ele não participou do assassinato e que não há terceiro envolvido, como alegado inicialmente. D.R.S.J. era amigo de Pinguim, mas estava morando em um albergue no Bom Retiro, na capital, onde foi encontrado pelo jauense.
Ao final da reconstituição, a dupla foi levada novamente para um presídio na capital paulista. Para a DIG, Delegacia de Investigações Gerais de Jaú, o caso está esclarecido, restando alguns poucos elementos para apuração a partir de agora, como descobrir a exata participação do comparsa no momento que precedeu a morte de Nicola.