A solicitação feita pela concessionária Águas de Jahu para um aumento de 24,3% na tarifa de água caiu como uma bomba na Prefeitura de Jaú. Depois de ter adotado postura combativa contra a concessão do serviço, no início do ano, e cogitado até mesmo rompimento de contrato, o prefeito Ivan Cassaro admitiu não ter condições de reverter a situação e acabou apresentando uma contraproposta à empresa.
O chefe do executivo abriu margem para autorizar um aumento de 17% imediatamente, que corresponderia à correção com base na inflação. Mas o contrato prevê ainda um “reequilíbrio econômico financeiro”, com aumento adicional de 6% este ano e outros 6% em 2022. Sobre essa tarifa, a sugestão da Prefeitura é de que seja diluída ao longo dos próximos 12 anos, com 1% ao ano.
Mãos atadas e herança
Em vídeo divulgado pela secretaria de Comunicação, Ivan Cassaro se mostra contrariado e desgastado com a situação. “Esse é um contrato feito anos atrás, na gestão anterior (Rafael Agostini), e difícil de mexer, alterar ou fazer qualquer coisa em benefício da nossa população. Não há falha nenhuma para que a gente possa cancelar o contrato ou negociar de outra forma”, admitiu.
Na última quinta-feira (18/11), o prefeito reuniu vereadores e representantes da concessionária no salão nobre da Prefeitura para discutir o aumento, mas parlamentares teriam se surpreendido com a falta de argumentação ou plano concreto do executivo para evitar os novos valores.
“Essa é uma herança que sobrou para nossa população. É uma coisa que a gente não consegue resolver”, disse Cassaro. Ao final do vídeo, ele informa que pretende intensificar a fiscalização sobre os serviços prestados pela Águas de Jahu. “Ano que vem, gente da nossa confiança vai assumir a agência reguladora (Saemja), para que comece a fazer um trabalho em benefício da nossa população”.
A partir de agora, o executivo aguarda um posicionamento da empresa para fechar os novos valores. Vale destacar que a tarifa já subiu 42% nos últimos quatro anos.