“A manga é verde, a manga é rosa; é amarela, apodrece e cai no chão”. Como pensar em Betinho Padrenosso sem relembrar dos famosos versos de sua composição com Rodrigo Murgel, que fez sucesso nos anos 90. O músico jauense, que transitou como poucos por ritmos como o rock, o reggae e o samba-rock faleceu nesta segunda-feira (08/11).
Ao longo de mais de três décadas, Betinho se destacou na Cultura regional. Dono de talento, sensibilidade, carisma e swing únicos, também estendeu sua vida além dos palcos: foi diretor musical da secretaria municipal de Cultura de Jaú, entre 2009 e 2011, e se tornou um dos pilares do selo Engenho Musical Indústria Fonográfica, onde era produtor musical.
Na manhã de hoje, porém, o som deu início ao silêncio. De acordo com amigos, Betinho enfrentava problemas pessoais (que não serão detalhados, em respeito ao músico e seu público). A caminho de um centro médico, porém, teve a morte constatada. As circunstâncias estão sendo investigadas.
ATUALIZAÇÃO (10/11): um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Valinhos, na região de Campinas. Quatro pessoas ligadas à clínica onde Betinho seria internado foram presas em flagrante por homicídio e podem responder ainda por outros crimes, como cárcere privado. A investigação será conduzida pela Polícia Civil de Jaú.
Carreira de sucesso
No começo da década de 90, o jauense ingressou na banda Estado de Shock. Foi nessa época que gravou o disco “Qual o sentido da vida”, que tinha como destaque a música Manga Rosa, um hit em emissoras de rádio e festas do interior paulista. Na sequência, montou a banda Cadillac Valvulado.
De acordo com o amigo Wilson Moraes, produtor cultural reconhecido em Jaú, Betinho mantinha projetos paralelos, transitando entre o rock, samba, baião, MPB, dentre outros. “Quem não lembra das apresentações do Beto no Ar Livre, Flamingos, Canalha’s e outros bares?”.
No início dos anos 2000, fundou a banda Vambora e se tornou um dos precursores do samba-rock no interior de São Paulo, com apresentações por todo o estado.
Amigos se despedem
Pelas redes sociais, amigos manifestam carinho pelo músico e perplexidade pela informação sobre sua morte. “Quando eu era moleque, queria ser ele! Vai com Deus, Betinho Padrenosso”, disse o advogado Antônio Marcos Orselli. “Um dia tocaremos mais algumas canções juntos lá em cima. Sua humildade me marcou”, destacou Robson Fernando Bugiga. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento do artista de 47 anos.
Voltando aos versos famosos da música Manga Rosa, “e que a paz e esse amor nos carreguem”. Sinceros sentimentos aos amigos e familiares. Jaú perde um dos maiores músicos de sua história.