O Centro de Combate à Covid-19 em Jaú, hospital de campanha mantido pelo Amaral Carvalho, já contabiliza mais de 100 pacientes atendidos e 66 altas hospitalares. As internações são todas de pessoas da região, encaminhadas pela central de regulação de vagas do estado. Um lema adotado pela equipe médica e de enfermagem é celebrar todas as conquistas diárias.
“Apesar de estarmos ainda em fase crítica da pandemia, não podemos deixar de comemorar os bons resultados, como as melhoras nos quadros clínicos dos pacientes e as histórias de superação”, afirma enfermeira responsável, Samara Jacó de Carvalho.
Desde o início das atividades, no dia três de março, o serviço atendeu 103 pacientes de 21 municípios do interior paulista – Agudos, Arealva, Bariri, Barra Bonita, Bauru, Bocaina, Boracéia, Borebi, Brotas, Dois Córregos, Getulina, Igaraçu do Tietê, Itapuí, Mineiros do Tietê, Paranapanema, Pederneiras, Pirajuí, Pratânia, Presidente Alves, Ribeirão Bonito, Torrinha.
Os dados levantados na última segunda-feira (19/04), apontavam para dez transferências (pacientes com necessidade de UTI) e seis óbitos. Além disso, 21 pessoas eram mantidas hospitalizadas, sendo 13 em leitos clínicos e oito em suporte ventilatório.
Recuperação e emoção
“Eu nasci novamente, sou um vitorioso”. É assim que o Fábio Aparecido Aiello se sente depois de ter ficado 13 dias internado no Centro de Combate à COVID-19 do Hospital Amaral Carvalho. Morador de Brotas, o gerente administrativo agora se recupera em casa, com a família.
Assim que foi encaminhado ao hospital de campanha, Fábio precisou ser intubado. Não imaginava que se sentiria renascendo alguns dias depois, em 31 de março, justamente a data do seu aniversário de 45 anos, quando foi extubado. “Parecia um sonho, fizeram uma surpresa, com bexigas, para cantar parabéns. Só percebi que era real quando vi que minha família estava junto, através de uma videochamada. Que emoção”.
O professor Marco Aurélio Silva Luchetta tem 36 anos e veio transferido de Mineiros do Tietê. Após 15 dias de internação, quatro deles intubado, agora se recupera em casa. “Lembro de um médico muito atencioso, como toda a equipe, perguntar se eu queria falar algo antes de ser intubado e pedi que dissesse à minha esposa, Alice, e aos meus pais, que eu os amava muito. E ele: ‘isso você diz quando acordar’”, relata emocionado.
Quando foi extubado e voltou à enfermaria, a equipe tinha colado ao lado do seu leito algumas cartas de alunos. “Pelas orações e o apoio, que chegaram de várias formas, especialmente nessas cartinhas, e por causa dessa estrutura com profissionais qualificados e tão queridos, fui me acalmando e pude perceber, aos poucos, a minha melhora. Isso ajudou muito”, disse.