O atendimento de diabéticos pela rede básica de saúde em Jaú foi alvo de uma denúncia apresentada pelo vereador Luizinho Andretto, durante sessão da Câmara Municipal, na última segunda-feira (13/09). De acordo com ele, a receita médica estaria sendo descumprida pela secretaria municipal da Saúde, que chega a distribuir fitinhas para teste de glicemia dentro de um envelope feito com papel toalha.
“Com o dinheiro que tem em caixa. Será que os dias melhores vão nascer agora, depois de nove meses? Pode ter sido comprado pelo Estado, mas a Prefeitura entregou dessa forma”, protestou o parlamentar. De acordo com pacientes, o material costuma ser entregue em caixas fechadas, para evitar contaminação.
A filha do paciente que levou o caso adiante relata que faz as retiradas no antigo Hospital São Judas, mas que o pai ficou mais de um mês sem as fitas. A receita médica orienta três caixas ao mês, mas quando foi contemplada, a família ainda foi surpreendida com a pequena quantidade colocada dentro do envelope. “Alguém precisa fazer alguma coisa, porque não dá. É revoltante. Chegam a ser desumanas as coisas que acontecem na área da saúde em Jaú”, afirmou.
Prefeitura errou
Procurada pelo vereador, a Prefeitura admitiu o erro. “Hoje de manhã a paciente veio até a secretaria (da Saúde), retirou as fitas restantes, explicamos o ocorrido e pedimos desculpa”, explicou a responsável pela pasta, Ana Paula Rodrigues. De acordo com ela, houve confusão por parte de uma funcionária.
Não é caso isolado
As reclamações de diabéticos sobre a falta de retaguarda em Jaú são antigas, atravessaram o governo Rafael Agostini e ainda não foram resolvidas na gestão de Ivan Cassaro. Na página do Facebook “Tem Coisas Que Só Acontecem Em Jaú”, que é administrada por Andretto, são muitos os relatos de pessoas que não conseguem o tratamento adequado.
Ana Barros, por exemplo, disse que encontra dificuldades em conseguir insulina. “Ficamos de dois a três meses sem receber insulina, algo essencial para sobrevivermos. Todo mês sempre falta algum tipo de insumo. É um absurdo. Pior que ninguém nos dá qualquer parecer”. Gabriela Santos Amaral também confirma o problema e diz estar há quatro meses sem a insulina.