Os servidores que atuam junto ao setor financeiro da Prefeitura de Jaú denunciam casos de Covid-19 entre os colegas, sem que providências diretas sejam adotadas para evitar um surto da doença. A secretaria municipal de Economia e Finanças nega irregularidades (leia abaixo), mas admite o conhecimento de funcionários cujos testes apontaram resultado positivo.
O espaço fica no segundo andar da Prefeitura e, além da secretaria, abriga serviços específicos, como os departamentos de contabilidade, compras e licitação. De acordo com a denúncia, são quase 40 pessoas trabalhando no mesmo lugar. Além disso, algumas divisórias separavam grupos de servidores no ano passado, mas foram retiradas desde o início de 2021.
“A gente não deixava de trabalhar, mas era em sistema de revezamento, por ser muita gente na sala. Esse ano, foi solicitado isso, mas não tivemos retorno. Agora, quatro pessoas dessa sala testaram positivo”, declara o denunciante, que pede para não ser identificado.
Diante disso, alguns servidores teriam exigido testagem em massa, o que não foi obtido de imediato. “Fomos atrás dos testes e ficamos sabendo que tinha uma salinha fazendo os exames, mas eram apenas 20 (disponíveis)”. Os funcionários relatam que muitos moram com pessoas de grupos de risco, com problemas respiratórios, doenças autoimunes e imunodeprimidos.
O que diz a Prefeitura
A secretaria de Economia e Finanças respondeu prontamente aos questionamentos, mas alega que são 20 pessoas que trabalham no setor apontado e que tem conhecimento de apenas dois casos recentes de Covid-19. “No setor que tem mais servidores, nunca teve divisórias. Apenas foram alteradas algumas da área do meu gabinete”, explica Luís Arato, responsável pela pasta.
Ele confirma que não há rodízio de trabalho presencial desde o ano passado e garante que todos os servidores serão testados. Alguma medida mais específica deve ser adotada apenas após a avaliação dessa situação. “Não há grande circulação de pessoas externas nesse setor, pois é uma área operacional. Atendemos pessoas de fora, por guichês com vidro. Enfim, não há negligência. Devemos lidar com a situação mantendo os cuidados de higiene”, justifica.