Por 11 votos contra cinco, a Câmara Municipal de Jaú derrubou o requerimento que convocava duas secretárias municipais para prestarem depoimentos sobre o descarte de 770 doses de vacina antirrábica, em Jaú. O documento foi apresentado pela Comissão de Saúde, Meio Ambiente e Política Pública, com o objetivo de apurar as responsabilidades pela perda das vacinas, que ultrapassaram a data de validade e não foram utilizadas.
A base de apoio do prefeito Ivan Cassaro evitou o que, nos bastidores, era considerado um desgaste para a administração. Votaram contra a convocação de Ana Paula Rodrigues (secretária da Saúde) e Aline Machado (secretária de Proteção e Direitos dos Animais) os seguintes vereadores: Carlos Lampião, Chico Quevedo, Jefferson Vieira, Leandro Passos, Maurílio Moretti, Marcos Brasil, Paulo Gambarini, Bill Luchesi, Rodrigo de Paula, Tito Coló Neto e Dr Segura.
O curioso é que Dr Segura foi contrário a ele mesmo, já que é um dos autores do documento, mas ajudou a rejeitá-lo em plenário. Ele fez coro à maioria dos parlamentares, dizendo que é necessário aguardar a resposta de um requerimento já apresentado sobre o tema anteriormente, para depois avaliar o que será necessário fazer.
Transparência ou “mágoa no coração”?
A oposição alertou para a necessidade de buscar transparência sobre o descarte de vacinas, o que é considerado um problema grave. “Esse prejuízo ninguém apaga. A gente precisa apurar as responsabilidades”, destacou Mateus Turini. “Poderiam ter feito um documento e devolvido as doses para o Estado dentro do prazo”, sugeriu Luís Henrique Chupeta. Ao lado de Luizinho Andreto, Fábio Souza e José Carlos Borgo, os vereadores votaram de forma favorável à convocação das secretárias.
Para sustentar a rejeição dos procedimentos previstos no documento, Maurílio Moretti taxou a iniciativa de “política barata”. Já Carlos Lampião, disse que os colegas vereadores precisam “tirar um pouco a mágoa do coração”.