No dia 15 de novembro, o eleitor jauense vai escolher um entre sete candidatos que concorrem ao cargo máximo do executivo na cidade. Com o objetivo de levar as propostas dos candidatos ao conhecimento do cidadão e, assim, colaborar com a construção de uma comunidade socialmente desenvolvida, o Diário do Jahu realizou uma série de entrevistas.
Um formulário com dez questões foi elaborado e encaminhado para todas as candidaturas. Apenas três postulantes responderam e, conforme data previamente acordada entre as partes, as entrevistas passam a ser divulgadas hoje (05/11), com as respostas de Eduardo Romão (Cidadania). As próximas entrevistas publicadas serão: Ivan Cassaro (PSD), no dia 09/11, e Professora Cris Banhol (PSTU), em 10/11.
Eduardo Romão, 60 anos, “Coligação Jaú de novo em boas mãos”
1 – Com a crise no setor calçadista na última década, o desemprego passou a ser uma realidade para milhares de famílias em Jaú. A situação foi agravada com a grave crise econômica nacional, que já se arrasta há pelo menos quatro anos. Como reverter essa situação?
Um trabalho que envolve identificação do que formal e informal em termos de atividades. Passando na sequencia por capacitação e preparo dos informais com apoio político em todas as esferas de Governo. A economia urbana é dinâmica, temos que preparar a população para variáveis, afim de que ela possa buscar alternativas. Especificamente com relação ao setor calçadista: necessário preparar as fábricas para a exportação, trabalhar a marca e a cidade para atrair novos compradores. Apoiar a qualificação profissional principalmente na mão de obra, e preparar os empresários para a exportação e buscar melhorar a reputação. Nesse novo cenário da economia a reputação é fundamental.
2 – O site da Prefeitura aponta que centenas de crianças estão na fila aguardando vaga em uma unidade de educação infantil (creche). É possível acelerar a construção de novos espaços para esse atendimento? Como?
Sim, já vimos soluções rápidas e adequadas, porem elas passam por três etapas: regulamentação legal, processo construtivo inovador e finalmente parcerias que viabilizem financeiramente o processo.
3 – Jaú apresentou dificuldade na contratação de médicos especialistas nos últimos anos. Como o senhor (a) avalia este cenário? Como resolver?
Os médicos especialistas na maioria se aposentaram e Jaú perdeu força política, isso precisa ser revertido. Importante ressaltar que a Ação Civil Pública movida pelo MPF e a fiscalização pelo TCE, motivou a demissão e aposentadoria de médicos. Existe a necessidade de realização de concurso público, reavaliação da carga horária e salários e criação de lei municipal para salário/horista. O atendimento médico especializado é realizado em Bauru e AME BOTUCATU. Existe uma demanda reprimida acentuada. Necessitamos transporte para as duas cidades em diferentes horários. Realizar em Jaú exames como: Ultrassonografia / Endoscopia / Colonoscopia. Reavaliar a municipalização da saúde e devolver serviços para o Estado. Criar ambulatório de especialidades municipal.
4 – Pacientes têm reclamado da falta de medicamentos na rede básica de saúde, até mesmo os mais básicos, como omeprazol. Tem como a Prefeitura evitar o desabastecimento desses itens? Comente também sobre a relação entre Prefeitura e cirurgias eletivas.
A prefeitura, até onde levantamos não tem uma estrutura tecnológica adequada para usar, por exemplo, o prontuário digital, isso fez com que eles adotassem a centralização para controle de estoques. A centralização sozinha não se mostrou efetiva, alias em época de pandemia provocou muito deslocamento desnecessário de pessoas. Temos a experiência de trabalhar com saúde no oferecimento de medicamentos abrindo alguns canais de comunicação com a própria população associado claro a uma logística adequada.
5 – Os índices de violência no município, com base em dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, são satisfatórios. Porém, crimes contra o patrimônio – inclusive público – causam sensação de insegurança na população. Jaú precisa de uma Guarda Municipal? Ela será criada?
Estamos com sérios problemas em saúde, educação, mobilidade e em meio a uma pandemia. A principio já conversamos com o Estado e vamos trabalhar integrando informações para agirmos com inteligência. Os recursos são escassos e as necessidades são muitas. Governar é antes de mais nada, escolher prioridades. Não vamos nos comprometer e nem prometer aquilo que não temos as informações necessárias.
6 – Praças esportivas tradicionais como o Ginásio de Esportes Dr Neves e a Piscina Municipal não abrigam atividades desse gênero há muitos anos. Haverá recuperação desses espaços? Quando? Como voltar a desenvolver o esporte local?
Esse espaço que você cita formou gerações de pessoas, atletas ou não. Essa é uma ação que a população tem escolhido e por esse motivo iremos atrás de parcerias, dentro do que é licito e legal, para que se promova a restituição desse espaço para a população de Jaú.
7 – Desde a desativação do Teatro Elza Muneratto, Jaú deixou de ter um palco municipal para apresentações com grandes públicos. Também gera mobilização em parte da população a ausência de eventos como a ExpoJaú, para comemoração do aniversário da cidade. Quais seus
projetos para a área cultural?
Gostaríamos de externalizar nossa indignação com a perda desse espaço. Temos dois modelos de ação cultura e de entretenimento e isso é privado na grande maioria, dessa forma, parcerias podem ser buscadas bem como incentivos como, por exemplo, vindo do turismo tendo Jaú estabelecida
como cidade do rock. Outra vertente ou modelo é a social, onde no contra turno de escolas oferecer possibilidades de inserir o jovem em atividades lúdicas como poesia, musica, artesanato e tantas outras atividades. Aí seria uma ação regional com parcerias que já tem dado certo em muitos outros municípios.
8 – Com orçamento reduzido diante da crise econômica, é gritante a necessidade de investimentos estaduais e federais. Como e com quem pretende buscar esses recursos?
Para isso que a politica deve trabalhar. Temos portas abertas nos governos Federais e Estaduais e em muitas instituições sem finalidade lucrativa, isso aliado a competência, criatividade e muita seriedade pode sim fazer a diferença.
9 – Qual seu projeto para o Lago do Silvério e arredores?
O grande problema da região é enchente, isso custa muito caro, e pelo que sabemos, os diversos governos que por aqui se passaram pouco resultado tiveram. Uma ação importante é fiscalizar o descarte de lixo da população, que entope galerias e provocam enchentes, manter o lago anterior (o de sedimentação) desassoreado, e adotar um bom plano de arborização podem minimizar o processo. E também devemos estar preparados com um sistema de inteligência integrado para qualquer emergência, a fim de minimizar danos caso venham a ocorrer.
10 – Com base num TAC assinado junto ao Ministério Público, Jaú precisa instalar galerias pluviais em aproximadamente 23 bairros até o final de 2025. Trata-se de um investimento milionário e que está ainda nos primeiros passos. Até agora, apenas a região do Jardim Santa Helena recebeu a melhoria. Essas obras serão realizadas? Como? Quando?
Muito provavelmente esse TAC deve ter sido assinado antes da pandemia. Depois da pandemia, o cenário mudou, e isso precisa ser revisto junto com o ministério publico para que se estabeleçam as prioridades e essa ação deve ser amplamente divulgada e acompanhada pela população para que esteja muito claro cada passo. Não conhecemos os termos, porem faz parte de nosso plano a criação de comitê de enfretamento da pandemia, com a participação efetiva do Ministério Público e de representantes da sociedade. Seria um processo de governança participativa com bons resultados em outras cidades e Estados.