O atropelamento que matou dois primos, em Jaú, há mais de 12 anos, enfim será julgado, nesta quarta-feira (25/08). Além da saudade, os familiares relatam a angústia de aguardar por uma definição sobre o caso, já que o motorista que causou o acidente seguem em liberdade. No dia do acidente, Paulo Diz chegou a ser detido, mas pagou fiança de R$1,2 mil e foi liberado. “Eu tenho dinheiro, isso não vai dar em nada”, teria dito aos policiais na delegacia, conforme registro da ocorrência.
O motorista descia pela avenida Isaltino do Amaral Carvalho, sentido bairro – shopping, quando passou pela rotatória onde existe um posto de combustíveis e, já na curva, perdeu o controle do veículo. O Honda Civic de Paulo Diz bateu contra um Gol e depois foi arremessado contra quatro pessoas, dentre elas, os primos Natan Jonas Badin (18 anos) e Heikson Gustavo Franco da Silva (17 anos), que não sobreviveram.
“O momento mais difícil é a notícia de que seu filho faleceu num acidente. Depois, você ver o procedimento daquela pessoa que matou seu filho. Isso é difícil. Falta de humildade de quem fez. Isso machucou muito. É uma dor que não tem fim”, relata Nivaldo Felipe, pai de Natan.
Com a força do impacto, o filho dele foi arremessado e morreu no local. Já Heikson chegou a ser socorrido pelo Samu, mas estava em estado gravíssimo e morreu já na Santa Casa. Outras duas vítimas, também atropeladas, tiveram fraturas e outros ferimentos. Um deles sobreviveu, mas não se tem notícia do outro, que trabalhava como flanelinha naquela região da cidade e não foi identificado à época.
Luta diária
“São 12 anos de uma luta diária. A saudade dói, e muito. Hoje eu clamo por justiça, por honra do meu filho”, declara Aracy de Almeida, mãe de Natan. A mesma dor é sentida por toda a família. “Todos os momentos, todos os dias, o primeiro pensamento é nele. O último pensamento é nele. São 12 anos sem ele. Eu preciso dessa justiça. É a vida de um menino lindo, maravilho, de 17 anos”, se emociona a mãe de Heikson Gustavo, Nilze Franco.

Tribunal do Júri
Os parentes mais próximos das vítimas afirmam que estarão no Fórum, a partir das 9h, quando começa o julgamento. O Tribunal do Júri será presencial e existe a expectativa de ter uma sentença em no máximo dois dias.
“A gente nunca esquece. Todo instante lembra dele e sabe que nunca mais vai ver. Isso tem que acabar. As pessoas precisam ter responsabilidade e cuidar um do outro. Não sair por aí bebendo e matando as pessoas, como se o carro fosse uma arma”, finaliza o pai de Natan.
