O projeto que determina a redução dos atuais 17 para 13 vereadores na Câmara de Jaú seria votado na sessão desta segunda-feira (08/11), mas uma articulação política dos bastidores manteve o documento na gaveta. Nos corredores do Legislativo, houve discussões acaloradas entre parlamentares nos últimos dias, coleta de assinaturas e até mesmo elaboração de uma emenda ao projeto, que prevê redução ainda maior, com máximo de 11 vereadores a partir da próxima Legislatura.
O projeto original, que modifica a Lei Orgânica, é de autoria dos vereadores Chico Quevedo e Bill Luchesi, com apoio de outros colegas. O presidente da Câmara, João Brandão do Amaral, chegou a dizer que a votação seria realizada, o que não se confirmou posteriormente. Durante a sessão, argumentou que estava acompanhando o trabalho nos bastidores e sabia que haveria novidades.
Para pressionar e forçar a votação, os autores do projeto coletaram assinaturas e solicitaram “regime de urgência”. Contudo, a tentativa também não funcionou: de última hora, Maurílio Moretti apresentou uma emenda ao texto, com apoio de outros colegas. Dessa forma, o documento agora deve tramitar novamente pelas comissões permanentes da Casa, até que seja levado novamente ao plenário.
“Daqui a pouco, alguém vai entrar com o pedido para nove vereadores, que é o que o povo quer. Falam que a gente é contra. Não sou contra. Tenho que ouvi-los”, esbravejou o presidente. Em sua palavra, Chico Quevedo rechaçou qualquer aspecto populista em sua iniciativa. “Não sou candidato à próxima vereança. Cada um que assuma. Suba aqui e fala se quer isso (a redução) ou não. Agora, chamar de populista, não aceito”.
Por sua vez, José Carlos Borgo também demonstrou incômodo com a situação e chegou a cogitar redução de salário dos parlamentares. “Quer diminuir número de vereador? Pode reduzir pra 11, ou nove. Eu voto a favor. Quero ver diminuir salário. E vir aqui, ficar aqui o dia inteiro. Vamos fazer duas sessões por semana. Fazem isso aqui de bico”, declarou.