Um projeto aprovado pela Câmara Municipal de Jaú obrigará a Prefeitura a divulgar a lista de medicamentos em falta e os que estão disponíveis na rede básica de saúde. A relação deve estar sempre atualizada e ser disponibilizada no site oficial (jau.sp.gov.br). As reclamações de moradores sobre dificuldades na obtenção de remédios para várias enfermidades são relatadas com frequência pelos próprios vereadores.
O texto é assinado pelo vereador Fábio Souza, mas foi aprovado por unanimidade. Estão havendo aglomerações por parte da população que necessita retirar remédios nas farmácias existentes na rede municipal. Sendo assim, o objetivo é diminuir essas aglomerações. “Ao disponibilizar informações para que os usuários tomem ciência da falta de algum medicamento, muitas pessoas deixarão de ir aos postos de saúde sem necessidade”, explica o autor da proposta.
O vereador Mateus Turini, que se posiciona como oposição ao governo Ivan Cassaro, aproveitou para cutucar: “vamos de novo aprovar uma lei por unanimidade, que traz transparência, mas precisa ser promulgada e seguida”. A referência é à lei que determina divulgação da lista de vacinados contra a Covid-19, que foi ignorada por Cassaro, havendo necessidade de promulgação pelo presidente da Câmara, João Brandão do Amaral. Além disso, a relação apresenta problemas e virou alvo de polêmica essa semana.
Falta de medicamentos
O problema afeta pacientes há anos em Jaú e segue sem solução. O vereador Rodrigo de Paula, líder da situação no legislativo jauense, admitiu que tem orientado a população a procurar um advogado e entrar com ação judicial para conseguir os medicamentos. “Não pode ficar sem remédio; é obrigação do município”, destacou. De acordo com ele, reuniões estão sendo realizadas com a Prefeitura para buscar uma solução.
Outro vereador que apóia o governo, Maurílio Moretti acusou a gestão do ex-prefeito Rafael Agostini como responsável pelo problema. “A última licitação na saúde foi em 2018. De lá pra cá, teve essa de 67 milhões em 2019, mas com irregularidades. Um governo que era só coisa errada”, esbravejou, lembrando que esse último certame acabou sendo cancelado pela própria administração.