Uma reunião entre representantes políticos de Jaú e a concessionária Águas de Jahu, ocorrida há quase um mês, ainda gera polêmica nos bastidores. O encontro foi conduzido por Ivan Cassaro e foi realizado no salão nobre da Prefeitura. Porém, o executivo alega desconhecer quem foi o responsável por uma gravação feita no evento, já que a imprensa não havia sido formalmente convidada.
Como a reunião não teve uma divulgação pública, ficou restrita ao prefeito, vice, vereadores e assessores, além dos representantes da Águas de Jahu. Foram discutidos assuntos como o valor da tarifa mínima na cidade, o preço cobrado pelo esgoto e a possível instalação de uma válvula redutora de ar. Alguns dias depois do encontro, um vídeo foi espalhado pela internet, com uma edição que apresentava apenas alguns trechos, que exaltavam a postura firme de Ivan Cassaro e poderiam prejudicar a imagem de alguns vereadores perante a população.
A imprensa também não foi formalmente convidada, o que levantou suspeitas a respeito da reunião. “Recebemos uma mensagem no dia primeiro de abril dizendo que a reunião era exclusiva para vereadores. Onde foi divulgado que seria aberta? No site da Prefeitura? Nas mídias sociais? Assessoria de imprensa?”, questiona o vereador Luizinho Andretto.
Ao lado de José Carlos Borgo e Mateus Turini, ele assinou um ofício questionando o executivo sobre quais pessoas tiveram acesso ao salão nobre naquela ocasião e quem foi o responsável pela gravação. Para surpresa geral, já que ninguém entra em uma área tão restrita sem que tenha autorização, a Prefeitura alegou desconhecimento da situação.
Quando questionado sobre quem fez o vídeo, qual o vínculo dessa pessoa com a administração e onde está a gravação na íntegra, o executivo se limitou a apresentar respostas como: “não sabemos quem foi o responsável”; e “não há, nos arquivos da Secretaria de Comunicação, arquivos contendo a gravação”.
Para Borgo, as respostas configuram um ato “mentiroso, enganador e absurdo”, já que o responsável pela gravação é uma pessoa conhecida e próxima dos atuais administradores do município. O vereador criticou que as respostas evasivas tenham sido assinadas por Rodrigo Campanhã Ávila Franco, advogado e chefe de gabinete de Ivan Cassaro.
** Nota da Redação: a gravação clandestina foi feita aos olhos de todos na reunião, por uma pessoa que estava em pé no Salão Nobre, inclusive em área próxima ao prefeito Ivan Cassaro. Clandestina, sim, pois não foi realizada por um órgão oficial e a imprensa não havia sido convidada. A falta de transparência na ocasião e o desrespeito agora, com respostas sem conteúdo, são demonstrações de obscurantismo e falta de compromisso ético da atual gestão.