A morte de uma funcionária da Santa Casa de Jaú em decorrência da Covid-19 causou comoção nas redes sociais nesta terça-feira (02/03). Não é para menos: Jussara Motta tinha apenas 27 anos e sofreu um aborto espontâneo na semana passada – estava no sétimo mês da gestação. Ela está entre as 19 vidas levadas pelo coronavírus essa semana na cidade.
A jovem trabalhava como recepcionista no setor de convênios desde 2015, contraiu a Covid-19 e foi internada na UTI no dia 04 de fevereiro. “A diretoria da Santa Casa se solidariza com a família nesse doloroso momento, situação enfrentada, infelizmente, por centenas de famílias de Jaú e região nos últimos meses”, diz nota divulgada pelo hospital.
Outro caso que se tornou público hoje e gerou homenagens por meio da internet envolve Everaldo Luiz Zanetti, figura histórica do esporte jauense, que morreu aos 45 anos. Pudim, como era conhecido, foi técnico e um dos grandes incentivadores do futsal feminino na cidade. Também trabalhou por anos na secretaria municipal de Esportes. Há menos de três meses, perdeu uma irmã de 47 anos.
Se a Covid-19 trazia complicações especialmente ao idosos e doentes crônicos até o ano passado, a nova variante que já circula em Jaú tem acometido cada vez mais pessoas jovens. Nesta tarde, foi confirmada também a morte de Maristela de Paula Saltorato, 37 anos, que era proprietária de uma loja de roupas femininas. O pai dela, João Saltorato, faleceu há dez dias, também vítima do coronavírus.
“Não tenho palavras para descrever a dor que estamos sentindo neste momento. Lutou bravamente contra esse terrível vírus. Agora descansará ao lado do seu amado pai, no céu. Que Deus conforte e console a todos nós e, em especial, à sua amada mãe, Dona Lairce Saltorato”, relatou emocionada a jornalista Fernanda Friedl, amiga de Maristela.
19 mortes em três dias
Depois de registrar em fevereiro o mês mais trágico da pandemia na cidade, a Prefeitura confirmou hoje (02/03) mais sete óbitos de moradores de Jaú. O total já chega a 321 óbitos, 19 deles nos últimos três dias.
*** O DDJ se solidariza aos familiares das vítimas e à cidade como um todo, num esforço coletivo pela vida. Aqui estão os relatos de três vidas, como homenagem e uma forma de humanizar o relato. É nosso dever também enquanto sociedade cobrar responsabilidade coletiva por meio do exercício da empatia, além de ações governamentais efetivas e coerentes no enfrentamento à pandemia.