O hospital de campanha montado pelo Amaral Carvalho em Jaú, chamado de Centro de Combate à Covid-19, completou um mês de funcionamento. No total, foram atendidos 79 pacientes, vindos de 20 cidades diferentes – nenhum era jauense. Ao longo desse período, foram registradas 48 altas, mas cinco pessoas tiveram complicações e faleceram em decorrência da doença.
O local conta com 29 leitos de enfermaria e dez de suporte ventilatório (tratamento semi-intensivo). Os pacientes são todos encaminhados pela Central de Regulação de Vagas do Governo do Estado, que traça a logística para tentar aliviar a pressão no sistema hospitalar em toda a região.
Como o Centro não possui UTI, sete pacientes que tiveram agravamento no quadro precisaram ser transferidos para hospitais da região desde a inauguração. “Nossas equipes estão trabalhando num ritmo frenético, bastante cansativo, mas todos estão muito empenhados e focados. Vemos coisas fenomenais acontecerem, o que nos inspira e motiva”, afirma o infectologista e gerente médico do HAC, João Gabriel Soares.
Um dos casos comoventes é o da jovem Bianca Letícia Leme Galvin dos Santos, de 25 anos, moradora de Dois Córregos, que foi internada em março, oito dias após o nascimento da sua filha Lorena. Seu esposo, Júlio César Mendes dos Santos, já estava internado na Santa Casa de Jaú, também por conta da doença e precisou ser intubado. Dias após a internação, muito cansada e com falta de ar, a auxiliar de comércio também precisou ser intubada. “Por um milagre, eu e meu esposo fomos extubados no mesmo dia, em 28 de março”, conta emocionada.
Os pacientes atendidos nesse primeiro mês de atendimentos vieram dos seguintes municípios: Agudos, Arealva, Barra Bonita, Bauru, Bocaina, Boraceia, Borebi, Brotas, Dois Córregos, Getulina, Igaraçu do Tietê, Itapuí, Mineiros do Tietê, Paranapanema, Pederneiras, Pirajuí, Pratânia, Presidente Alves, Ribeirão Bonito e Torrinha.
De acordo com o infectologista responsável, os profissionais do hospital celebram cada conquista. “Extubar pacientes, para que voltem a respirar naturalmente, é uma grande vitória. Fizemos uma festa para comemorar um aniversário, lemos bilhetes de alunos para um professor, fazemos videochamadas com familiares. São detalhes que fazem a diferença. Sem contar a nossa alegria a cada alta hospitalar. Os pacientes são pais, mães, amigos de alguém. Ali, temos vidas cuidando de vidas, que é o lema do Hospital Amaral Carvalho”, relata João Gabriel.