A Prefeitura de Jaú emitiu um comunicado nesta sexta-feira (14/05), com explicações sobre a lista de vacinados contra a Covid-19 na cidade, divulgada no começo da semana por imposição de uma lei aprovada pela Câmara Municipal. Em geral, a secretaria da Saúde reconhece que não possui todos os dados sobre as pessoas que receberam a vacina e acusa um sistema do Governo do Estado pelos problemas.
A lista apresenta nomes aparentemente duplicados, como de uma profissional da saúde que teria recebido três vezes a segunda dose, num mesmo postinho, em dois dias diferentes. Também existem homônimos (pessoas com nomes idênticos), porém, sem a certeza de que se trata realmente de pessoas diferentes.
Há ainda incoerências, como o local onde cada dose foi aplicada e a classificação da população, já que existem idosos listados como profissionais da saúde, e vice-versa. No mesmo sentido, algumas pessoas foram registradas como moradoras de abrigos (asilos), sem que isso seja verdade. No que diz respeito ao cumprimento da lei, faltam informações como o CPF e a idade do vacinado.
A nota divulgada agora aponta que “a lista vem do único sistema homologado pelos órgãos competentes, o VaciVida. No sistema, o número do CPF é opcional, razão pela qual não há esse número para resgatar”. A Prefeitura também diz que também não possui dados como a correlação entre a pessoa vacinada e o local de trabalho dela ou fase da campanha de imunização em que a vacina foi aplicada.
“Sobre o local de vacinação, o sistema considera a unidade de saúde onde a vacina estava acondicionada, mesmo que tenha sido aplicada em sistema drive thru”, explica o comunicado. Além disso, aponta dificuldades financeiras para cumprir a lei que deveria dar transparência ao processo de vacinação. “No geral, a lei que determina a divulgação da lista está sendo analisada, uma vez que impõe atividades e custos não previstos, pois não há como cumprir sem aumento de despesas com elaboração de recursos de informática e alocação de pessoal”, finaliza a Prefeitura.
Reclamação
Informalmente, servidores municipais informam que a Prefeitura de Jaú notificou o Governo do Estado, apontando erros no VaciVida, já que a duplicidade de nomes e outras inconsistências na lista teriam sido causadas pelo sistema.
Requerimento
Indignado com os problemas e a falta de clareza das informações, o vereador Mateus Turini apresentará um requerimento na próxima sessão da Câmara Municipal. O objetivo é buscar esclarecimentos sobre um caso específico: o nome de uma parente do vereador, falecida em 1997 e sepultada em São Paulo, que consta na lista de vacinados em Jaú. “A gente vai aguardar a resposta da Prefeitura, formal, para tirar a dúvida se é homônimo ou a mesma pessoa (falecida). Tomara que seja um homônimo”, afirma Turini.
NOTA DA PREFEITURA NA ÍNTEGRA:
“A respeito da Lista de Vacinados é preciso alguns esclarecimentos:
Antes de tudo, a lista vem do único sistema homologado pelos órgãos competentes, que é o VACIVIDA.
No sistema, o número do CPF é opcional, razão pela qual não há esse número para resgatar.
Outros pontos como a correlação entre a pessoa vacinada e dados como local de trabalho, caso seja servidor público, ou enquadramento na fase em que a vacina foi aplicada, não são dados obtidos no registro de vacinação.
Sobre o local de vacinação, o sistema considera a unidade de saúde onde a vacina estava acondicionada, mesmo que tenha sido aplicada em sistema drive thru.
No geral, a lei que determina a divulgação da lista está sendo analisada, uma vez que impõe atividades e custos não previstos, pois não há como cumprir sem aumento de despesas com elaboração de recursos de informática e alocação de pessoal”.