Na correria do dia-a-dia, muita gente passa pela rodoviária de Jaú sem perceber a grandiosidade do prédio, que foi tombado pelo patrimônio histórico e arquitetônico em novembro de 2015, exatamente 39 anos depois de ter sido inaugurado. Na época, já mostrava que era necessário realizar várias reformas e manutenções para conter danos da ação do tempo e deterioração da estrutura.
Tornaram-se frequentes ao longo dos anos as visitas de estudantes universitários do Brasil e do exterior, e de pesquisadores de inúmeros países, que vinham conhecer a proposta social da rodoviária de Jaú, um edifício pensado para o acesso de qualquer pessoa. O prédio foi idealizado pelo renomado arquiteto Vilanova Artigas.

Apenas no início dos anos 90, a Prefeitura de Jaú realizou um trabalho amplo de reforma, sobretudo para permitir a entrada de ônibus mais altos e modernos. Naquele período, também houve substituição de redes elétrica e reparos na rede hidráulica. Desde então, foram feitas apenas manutenções de pequeno porte e a situação de desgaste do prédio histórico só aumentaram.
S.O.S. Rodoviária
Atualmente, há infiltrações em praticamente todo o edifício. Em alguns pontos, a água escorre pelas tubulações onde está a fiação elétrica. Em outros, a umidade fica aparente nas paredes de concreto. O piso está irregular nos corredores e plataformas, além de a mesma situação ocorrer no piso inferior da rodoviária, principal acesso para quem chega ou sai da cidade.
Falta iluminação em todo o prédio. Sobretudo à noite, se mostra insuficiente para garantir a segurança dos usuários do transporte intermunicipal e afugentar pessoas mal-intencionadas. Os sanitários são um capítulo à parte do quesito abandono e falta de condições sanitárias.

Tanto o banheiro masculino, quanto o feminino, chegam a exalar forte odor em alguns momentos do dia. É comum usuários, principalmente no lado masculino, fazerem necessidades no chão. Além disso, há pias quebradas, sem torneiras e sem portas nos espaços das privadas. Apesar de haver equipes de limpeza que com frequência tentam manter os espaços sanitários em ordem, o serviço se mostra insuficiente para que os sanitários fiquem limpos o tempo todo.
O prédio histórico foi usado exaustivamente em campanhas eleitorais nas últimas décadas, mas sem nenhum avanço para recuperação do espaço. Nessa série especial, que comemora os 168 anos de Jaú, ainda teremos outras reportagens que abordam a rodoviária e seu entorno.