O Brasil talvez seja o país com maior número de clube de futebol federados em todo o mundo. Cada cidade média tem pelo menos um time profissional. Quando a Head Soccer esteve em contato pela primeira vez com a diretoria do XV, antes de começarem a trabalhar em conjunto, uma pergunta se tornou comum entre os diretores: “por que nos escolheram?”. A mesma questão ecoou um número incontável de vezes na cidade e Brasil afora, feita por torcedores e por pessoas ligadas ao universo do futebol.
A explicação, de acordo com os novos gestores, é mais simples do que parece. Poucos times têm uma ligação tão estreita com sua torcida quanto o XV de Jaú, comenta o diretor executivo, Lucas Brando Leite. A equipe tem uma tradição que é trazida desde sua fundação (1924), de ter disputado inúmeras vezes a principal divisão do campeonato estadual mais difícil do país, e ter formado jogadores conhecidos nacional e internacionalmente.

Havia toda uma estrutura instalada em torno do XV de Jaú, que precisava de um reforço financeiro e administrativo, o que os parceiros que chegaram em 2019 buscam consolidar. “Poderiam ter criado um time do zero. Havia condições para isso, mas não se cria uma história do zero, uma tradição e nem uma identificação com a torcida, como essa que há aqui na cidade. Por isso foi decidido que era aqui que o trabalho seria realizado, e estamos satisfeitos com a recepção que tivemos e com os resultados que já vemos com a própria torcida”, diz Brando Leite.
Contudo, não foi apenas isso. Os investidores colombianos queriam “carta branca” para gerir o clube, o que envolvia mudança de estatuto e a criação de condições para formalização de um clube-empresa. Embora com receio de muitos – afinal até mesmo o complexo do estádio Zezinho Magalhães passaria para as mãos da Head Soccer – o Conselho Deliberativo autorizou as alterações e encaminhou a aproximação.
Novas etapas
“O XV de Jaú pensa como clube grande”, garante Lucas Leite. Para consolidar esse pensamento, os planos são de continuar investindo para ter novos alojamentos, novos camarotes, dependências melhores para o público e também regionalizar a imagem do Galo.
A ideia é tornar frequente a realização de treinos do time em cidades da região, buscar atletas também na região e atrair os torcedores das cidades vizinhas. Os passos nesse caminho serão dados, um de cada vez, em um processo que não se pretende que termine. “É o XV no século 21”, afirma o diretor.