Em 1976, Jaú chamou a atenção do Brasil: no dia 13 de agosto, vésperas do aniversário do município, o então presidente da República, general Ernesto Geisel, veio à cidade para inaugurar a estação rodoviária, projeto do arquiteto mundialmente conhecido, Vilanova Artigas. Foi a primeira e última vez que o maior mandatário da política nacional esteve em Jaú. Apesar do destaque que o evento teve e do uso intenso do espaço ao longo dos anos, a estrutura nunca recebeu a atenção necessária e sofre com o abandono.
A principal característica do prédio da rodoviária são seus vãos livres e acesso praticamente sem qualquer barreira para a população. A universalidade do espaço disponível na estrutura, praticamente livre de barreiras e sustentada por colunas bem definidas e espaçadas, era uma marca registrada do arquiteto Artigas. Foi um projeto revolucionário na época e que marcou outros empreendimentos assinados por ele a partir de então.
O edifício é caracterizado por sua cobertura suportada por 18 colunas dispostas sobre três eixos verticais de 17 metros e seis eixos transversais de 10 metros. Totalmente construído em concreto, foi planejado para que se perpetuasse junto com a história de Jaú. Situado bem no centro antigo da cidade, confrontava a arquitetura dos casarões da época de ouro do café, edificados no fim do século XIX e começo do século XX, e se mostrava um marco do início da modernidade para a tradicional Jaú.

No entorno da rodoviária foi idealizado um espaço de lazer arborizado e coberto de jardins. O projeto original da praça que se pretendia instalar ali era do reconhecido paisagista Burle Marx. O plano inicial era de que a praça fosse repleta de canteiros com flores multicoloridas. Essa proposta, no entanto, nunca foi realizada efetivamente.
Essa reportagem integra a série especial em comemoração pelos 168 anos de Jaú. Ainda neste final de semana, outras matérias ampliarão o assunto.