Por 10 votos contra 7, o projeto de extinção do IPMJ (Instituto de Previdência do Município de Jahu) foi rejeitado pela Câmara Municipal. Desde o início da gestão Ivan Cassaro, foi a primeira vez que a base governista se dividiu durante uma votação. A partir de agora, parlamentares falam na possibilidade de abertura de uma CEI para apurar irregularidades no Instituto.
O projeto foi uma iniciativa do ex-prefeito Rafael Agostini, com base em orientação do Ministério Público, que apontou problemas na prestação de contas do IPMJ. Atualmente, restam aproximadamente 220 beneficiários, que perderiam a assistência médica e hospitalar caso a extinção fosse aprovada.
O próprio Tribunal de Contas do Estado (TCE) reconhece que muitas dessas pessoas têm um direito assegurado. Por outro lado, a gestão do IPMJ é contestada, já que não cumpre requisitos legais. Embora pudesse ter alterado o projeto ou apresentado um novo caminho, Cassaro manteve o documento de Agostini e, nos bastidores, defendeu sua aprovação.

Como votaram?
Os dez votos pela derrubada do projeto foram os seguintes: Mateus Turini, Fernando Barbieri, Luizinho Andretto, Fábo Souza, Marcos Brasil, Paulo Gambarini, Luís Henrique Chupeta, Maurílio Moretti, Tito Coló Neto e Leandro Passos. Vale ressaltar que os seis últimos dessa lista compõem o grupo de situação, que nunca havia se dividido antes.
Apenas sete votaram pela extinção: Rodrigo de Paula, Chico Quevedo, Bill Luchesi, Sabará, Jeferson Vieira, Dr Segura e João Brandão. Vale ressaltar que o presidente vota em ocasiões como essa, mesmo sem empate. Outro detalhe é que José Carlos Borgo não participou das últimas duas sessões, portanto, não votou; o lugar foi ocupado por Fernando Barbieri.
Meio termo
Em linhas gerais, vereadores se pronunciaram defendendo investigação e uma nova gestão para o IPMJ. O vereador Luizinho Andretto levantou a possibilidade de uma regulamentação do Instituto, com base legal, para que não ocorram mais as antigas irregularidades. Já Paulo Gambarini, em seu discurso mais inflamado nesta legislatura, argumentou que se deve abrir uma Comissão Especial de Inquérito para apurar os problemas já apontados e que a Prefeitura assuma a administração do IPMJ.
O líder do governo, Rodrigo de Paula, fez um desabafo, falou sobre os gastos do Instituto e deixou claro ter tentado costurar uma alternativa à extinção. Por outro lado, Maurílio Moretti apenas gritou, apontou erros do antigo governo, não apresentou soluções e disse que não gostaria de participar de uma eventual CEI do IPMJ.