A variante brasileira do coronavírus, identificada no começo do ano no Amazonas e que provocou caos nos hospitais do norte do país, já está entre nós. Depois que Jaú passou a enfrentar uma tragédia humanitária, com crescente número de mortes – inclusive entre jovens – amostras foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz: o resultado comprova a presença dessa nova cepa do vírus.
A divulgação foi feita pela própria Prefeitura, no início da noite deste sábado (13/02). “Preocupados com a evolução da doença, há 15 dias enviamos amostras aleatórias de pacientes de Jaú para o Instituto Adolfo Lutz; ontem no fim do dia chegou a notícia de que três das cinco amostras deram positivo. Foi feito sequenciamento genético e as amostras chegaram positivas”, revela o secretário municipal de saúde, Rodrigo Brandão.
O prefeito Ivan Cassaro reforçou o apelo para que o cidadão se mantenha distante de aglomerações. “Eu peço para a população ter cuidado triplicado, para que não saia de casa. É um momento difícil pra nós”. De acordo com Brandão, essa suspeita já existia, porque “a doença estava tendo um curso mais rápido e com mortes de pessoas que estavam fora o grupo de risco. É um vírus mutante”.
E a vacina?
Em todo o mundo, pesquisadores tentam descobrir se as vacinas disponíveis para imunização contra o coronavírus são eficientes frente às variantes que surgiram há algumas semanas, como a brasileira, a inglesa e a sul-africana.
As vacinas da Pfizer (não disponível no Brasil) e de Oxford (já enviada a municípios como Jaú) têm se mostrado capazes de neutralizar a variante do Reino Unido. Porém, os resultados não são tão satisfatórios com relação à cepa encontrada na África do Sul.
A partir de agora, o Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac no Brasil, passa a confrontar o soro de pacientes imunizados para saber se a vacina é eficiente contra a variante brasileira, já identificada em dez estados e em países como Portugal.