No primeiro dia útil após a autorização para a retomada do atendimento presencial no comércio, lojistas em Jaú fazem um balanço preocupante e esperam pela recuperação econômica. De acordo com o Sincomércio, entre 500 e 700 empregos formais no setor foram perdidos apenas este ano – se somados trabalhadores informais e o setor de serviços, como restaurantes, o número pode chegar a uma redução de duas mil vagas.
“Em 2020, os empregos não foram tão impactados, perdemos 160 vagas no balanço, porque muitos estabelecimentos contrataram, como supermercados. Esse ano, como não teve ajuda e a crise se aprofundou, a perda foi maior. Isso vai estabelecer a recuperação somente no ano que vem, a partir do último trimestre, para voltarmos aos níveis pré-crise”, afirmou José Roberto Penna, presidente do Sincomércio.
Como Jaú foi a primeira cidade do interior de São Paulo a identificar a variante brasileira do coronavírus e entrar nessa nova onda de contágio, os serviços que não são considerados essenciais foram mais impactados do que em outros lugares. O fechamento ocorreu em 18 de janeiro, ou seja, foram três meses sem que os clientes pudessem ser atendidos presencialmente.
Para a entidade que representa o comércio local, o retorno deve ser gradual e consciente, mas existem dificuldades estruturais que agregam preocupação. “As empresas vão ter dificuldades para estabelecer capital de giro, porque não está tendo empréstimo, muitas estão com estoque e capital de giro baixos”, prevê Penna.
Ainda de acordo com o Sincomércio, o auxílio emergencial oferecido pelo Governo Federal no ano passado havia evitado problemas maiores, o que não aconteceu este ano. Não há um balanço oficial sobre a situação financeira com setor de varejo, mas a estimativa da entidade é de que algumas lojas tenham sofrido perdas que variam entre 70% e 75%.