O prefeito de Jaú, Ivan Cassaro, poderá ser formalmente investigado pela compra de medicamentos utilizados no chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19. O pedido de apuração foi apresentado ao Ministério Público e assinado por representantes do PSOL: deputada federal Sâmia Bomfim, deputada estadual Mônica Seixas e a professora Fernanda Lamesa, coordenadora do partido na cidade.
De acordo com o site oficial de Sâmia, a representação foi apresentada à justiça em Jaú e pede instauração de inquérito civil para averiguar eventuais ofensas aos princípios que alicerçam o SUS, bem como o direito à saúde. Além disso, é solicitada a apresentação de ação civil pública contra o prefeito.
A investida contra Cassaro tem como base uma entrevista concedida por ele ao jornalismo da Rádio Piratininga, no dia 23 de março. Na ocasião, o chefe do executivo afirmou que pretendia adotar medidas, como por exemplo, a distribuição de Ivermectina como medicamento profilático – cuja eficácia contra a Covid é contestada pelo próprio laboratório fabricante.
“Ivan Cassaro não pode gastar dinheiro público com a compra de medicamentos que além de não terem comprovação para o tratamento, ainda podem causar danos à saúde de quem toma, e até a morte”, declarou Fernanda Lamesa. As representantes levantaram informações sobre compra de medicamentos feitas pela Prefeitura, para embasar os documentos apresentados.
A representação destaca que existem duas licitações em curso no site oficial do município, uma para compra de 12600 unidades de Azitromicina, ao custo de quase R$15 mil; outra para aquisição de sete mil unidades de Ivermectina, com valor de R$5,7 mil. “No entanto, pelo que se sabe não há nenhuma nota técnica expedida pela Secretaria de Saúde que justifique tecnicamente o manejo dessas drogas de forma profilática”, afirma a página de Sâmia Bomfim na internet.
“A Prefeitura deveria utilizar esse dinheiro para comprar boas máscaras à população, realizar testagem em massa dos moradores, aumentar a fiscalização contra aglomerações e ajudar a população que está sem emprego devido à pandemia”, disparou a professora jauense.